Era Barroca (1600 e meados de 1700) seculo XVII - Atelier das bonecas Mimi

Era Barroca (1600 e meados de 1700) seculo XVII

14 julho, 2021

Basicamente o Barroco foi a estética entre o Renascimento e o Rococó, durou mais ou menos entre 1600 e meados de 1700.
Quando aprendemos história da arte, aprendemos que a arte barroca é feita de luz e sombra. E sim, naquela época, morte e renascimento andavam juntas, ao mesmo tempo que havia a ascensão burguesa, a arte da época, influenciada pelo Luteranismo, reproduzia a vida em tons escuros e expressões melancólicas.
Essa época é considerada a evolução natural da moda da Renascença. Ainda há a presença do rufo, que aos poucos vai abaixando e diminuindo, virando uma gola rendada; as mulheres ainda usam muitas roupas volumosas  e pesadas e os homens passam a ser ainda mais enfeitados.
No chamado Early Baroque, até 1627, tudo ainda era bem característico da Renascença:


Durante o período barroco, há gradativamente o desaparecimento dos rufos gigantescos e aparecem as golas e punhos elaboradas com rendas. A cintura masculina e a feminina sobem e ambos usavam sapatos com pequenos saltos que eram enfeitados com laços no peito do pé.

Os homens tinham cabelos abaixo dos ombros, usavam o rosto barbeado mas deixavam um bigode. As roupas masculinas eram muito enfeitadas: chapéus de abas largas e pluma, os cabelos longos e com grandes cachos, o uso de perucas a partir de 1660.  Os homens adotam um tipo de bermuda ampla que dava a impressão de ser uma saia, que era usada com meias de seda coloridas com grandes laços em renda na borda e com botas até o joelho. Gradativamente, o rufo dá lugar ao jabô (um babado de renda ou lenço preso ao peito ou ao pescoço). Usavam também um longo casaco até os joelhos.
Uma boa dica para identificar essa época é se lembrar da imagem dos Três Mosqueteiros.

Então, Luís XIV sobe ao trono da França,  de tão vaidoso, ele é considerado o  criador da primeira escola de moda do mundo. Quando o Rei estava ficando careca, adotou perucas, por isso a moda das mesmas, que eram peças de distinção social pois custavam fortunas. Ele também era baixinho e isso fez com que os sapatos masculinos tivessem saltos mais altos que os femininos. Luís XIV, é considerando o criador do luxo, do status e da sofisticação, entre as heranças que ele nos deixou estão: os perfumes, os sapatos de salto, a gastronomia, o champanhe, os salões de cabeleireiro e os primeiros criadores de alta costura. Tudo isso era desejado pelas outras cortes europeias e a França passa a ser então, o país lançador de moda, já que nessa época também foram criados os primeiros jornais de moda e a moda sazonal, ou seja, a moda que muda a cada estação. A partir daí, dá-se início ao Late Baroque, que se distancia do estilo renascentista e se aproxima do que virá a ser o estilo Rococó.


Luís XIV lançou a moda das perucas e do luxo:


Fontage
O traje feminino tinha volume nos ombros e mangas  bufantes que terminavam abaixo do cotovelo, as golas eram caídas com bordas de renda. A roupa  era composta de: camisa de linho; espartilho com decote baixo e ombros expostos. O corpete era em formato V decorado desde o decote até a cintura;  manto;  saia aberta no meio deixando exposta uma anágua decorada com laços e fitas. Eram usadas  até oito anáguas, sustentadas pelo farthingale (aros de ferro que ampliavam e elevavam a saia); sapatos de salto. O cabelo era repartido ao meio possuía cachos até o ombro, só  por 1690, os cachos passaram a ser sob a testa. Usava-se também o fontage (imagem ao lado) uma espécie de chapéu estruturado com arame enfeitado com babados de gaze e rendas na vertical.
Quando Luís XIV subiu ao trono, fitas, bordados, babados, plumas foram ainda mais usadas. As mulheres também passaram a usar perucas como os homens ou mesmo erguiam seus cabelos com ajuda de arames (fontage).


Era Barroca: A mulher e a Moda Feminina

Na Era Barroca, embora as mulheres se tornassem mais liberais, ainda não podiam participar ativamente da vida política e comercial, mas foram encorajadas a expressar livremente suas ideias com a introdução no século XVII, do "salão", que era uma reunião de um grupo de pessoas com ideias semelhantes num ambiente doméstico.
Escritores, jornalistas e outras pessoas fofocavam, trocavam ideias e promoviam suas carreiras. Estes espaços eram criados, em geral, por mulheres ricas como Lady Caroline Holland e as Madames de Stael, de Chevreuse e de Sévigné.

Retrato de Madame Sévigné: seu vestido simples reflete o novo estilo barroco:
mais natural, sóbrio e elegante que as extravagâncias renascentistas.

As opiniões das mulheres começaram a ter mais importância, filósofos como René Descartes e Poullain de la Barre introduziram novas teorias sobre gênero. Descartes acreditava que o corpo e a alma eram separadas, já de la Barre acreditava que a alma não tinha gênero, assim, se as mulheres recebessem a mesma educação que os homens, os "vícios femininos" seriam reduzidos. Esses debates em salões e na corte não chegavam a todas as camadas da sociedade. Se as mulheres trabalhassem, elas ganhavam menos que os homens, casais lésbicos viviam como homem e mulher onde uma delas se vestia de homem. Casamento e criação dos filhos eram a principal função da mulher barroca. As mulheres ricas já tinham acesso à cirurgiões na hora do parto; a melhor alimentação garantia o desenvolvimento dos filhos e já se fazia controle de natalidade.

O aumento da classe media acelerou a moda. A partir de 1650 a moda francesa dominou a europa substituindo a influência espanhola, os vestuário começou a ser feito mais como um terno ou um conjunto, chamados de en suite: o corpete, a anágua e o vestido eram do mesmo tecido e usados juntos. A forma da França espalhar sua moda foi através de manequins em tamanho humano que eram apresentados aos monarcas de vários países. O vestuário feminino e masculino também passam a se diferenciar de forma mais marcada assim como houve a volta da sazonalidade: tecidos leves no verão e os pesados no inverno.

Entre 1672 e 1674 o formato e ornamentação das mangas mudou pelo menos sete vezes. Assim como na arte, a moda barroca era fluida com silhueta mais natural e sóbria com joias simples. O conforto passou a ser considerado e começava a refletir características individuais, a opinião do cliente importava na confeção do vestuário.

O decote profundo era chamado de décolletage, era aberto e amplo e exibia um busto elevado que podia ser coberto com uma gola de renda. Essa liberdade maior no corpo refletia também uma descoberta feita em 1628 por Willian Harvey: da circulação sanguínea, assim, haviam debates sobre o uso do espartilho muito justo visando descobrir se ele era o causador de dores e sensações desagradáveis nas mulheres. Acaba que são abandonados todos os fixadores de madeira que eram usados dentro das roupas femininas. E o espartilho também se torna mais curto e menos engomado. Os quadris continuam acolchoados e com uso de saias como anáguas de volume.


Casacos de seda curtos e cinturados e mangas no antebraço com rendas no punho.


A transição visual entre o corpete e a saia da mulher era bem menos dramática que na era renascentista.


Em 1670 introduziu-se o robe de chambre, um substituto casual do vestido formal também conhecido como mantua. Tinham mangas e punhos na altura dos cotovelos e ficou pelo menos um século na moda. Depois vem o vestido sacque ou robe à volante aberto na frente e levemente cilhado na cintura. Em versaillhes as mulheres suavam três saias, sendo que a última tinha uma cauda longa que era carrega da por um pajem.

Havia grande demanda por pérolas que eram usadas em todo lugar: cabelos, mangas, roupas, e em brincos simples em formato de gota.


Na época acreditava-se que a água era nociva à pele, por isso elas esfregavam suas peles em toalhas para diminuir os odores e trocavam a roupa de baixo, branca, com frequência. O perfume era o substituto do banho, disfarçava odores e era carregado em caixinhas presas à cintos ou correntes no pescoço ou em sachês em tafetá com pós perfumado. Inclusive os ambientes eram aromatizados. Tudo era perfumando! Dos dentes limpos com pastilhas aromáticas à lenços e cachorros de estimação.

Luvas também eram perfumadas

Lábios vermelhos, sobrancelhas escuras e delineadas e olhos claros eram o ideal de beleza. Nos cabelos, o ideal eram pretos ou castanhos com cachos até os ombros ou nas laterais do rosto. Os calçados femininos e masculinos eram semelhantes, sendo para as mulheres mules e tamancos em seda ou cetim.
O vestuário feminino barroco variava de cada país, por exemplo na Inglaterra manteve traços renascentistas por um bom tempo e na Holanda era mais austero com cores escuras e golas fechadas em rendas.

Créditos: Toda esta informação não é da minha autoria, foi retirada da internet, bem como as fotografias, do blog http://modahistorica.blogspot.com, apenas me interesso por história da moda e compartilho com quem gosta também.

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