Origens do Rufo:
Na
Europa, a arte de engomar os rufos era muito valorizada e esses rufos
eram exportados para a Inglaterra direto das "casas de engomar" onde os
rufos eram lavados, engomados e ganhavam forma com ferros de forma
cônica aquecidos na brasa.

Como a moda da década de 1590 exigia decotes mais baixos para as mulheres, os rufos além de usados fechados, ainda eram usados na forma aberta maiores e mais decorados ainda, algumas vezes com as bordas voltadas para a frente do vestido. Mas é bom lembrar que nem todas as pessoas seguiam essa moda, alguns preferiam o rufo justo e fechado bem junto ao pescoço (imagem ao lado).
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História da moda
No século XVI, uma peça chamada chemise era usada sob as roupas. Muito utilizada na Espanha, Inglaterra e França, esta peça indicava limpeza corporal e eram trocadas constantemente (já que naquelas épocas as pessoas ficavam muito tempo sem banho). A gola destas chemises, possuía um cordão que, puxado, amarrava a gola; essa gola, franzida pelo cordão, era visível por baixo das roupas masculinas e femininas. Posteriormente as golas das chemises foram engomadas e plissadas até darem origem ao chamado rufo, que foi uma forte tendência de moda começada entre 1530 e 1540. "E como sempre ocorre na moda, as pessoas começaram a competir entre si para mostrar quem tinha a versão mais absurda dos tais rufos", diz a autora do livro “Breve História da Moda”, Denise Pollini.
Nas foto abaixo, da série The Tudors, o personagem exibe uma chemise. A gola branca da chemise pode ser vista por baixo das roupas na segunda foto, já tomando a forma de um mini-rufo.
No traje feminino, a chemise era discretamente vista por baixo dos vestidos, algumas vezes a chemise poderia ter a borda colorida ou bordada.
Os
rufos, de gola, passaram a ser uma peça separada, engomada, plissada e
colocada em torno do pescoço. A função do rufo era proteger o resto da
roupa de restos de comida, e
com a competição de quem tinha um rufo mais absurdo, a peça virou
sinônimo de status social, afinal, usar um rufo impedia quem o usava de
trabalhar ou realizar tarefas que exigissem esforço, já que poderia
chegar a ter 45cm de altura. O visual adquirido por quem usava a peça
era austero, impedindo a pessoa de ter uma postura mais relaxada. E
austeridade, naquele período, era fundamental, vide os enchimentos que
se usavam nas roupas masculinas e os corsets forrados nas roupas
femininas (postagem sobre a Moda Renascentista Inglesa). O rufo era sinal de
aristocracia, uma demonstração hierárquica.
Um pouco da evolução do rufo:
Em 1550 o rufo começou a aumentar gradativamente até ficar gigantesco em torno de 1590.
Em 1570 eles tornaram-se fashionáveis
(fashionáveis=criações diferenciadas). Eles eram usados fechados, mas
como vemos em algumas pinturas, também foram feitos rufos em formato de
gola aberta para serem anexados aos vestidos.

Em
1580, os rufos se expandiram para fora e para cima, ficando maior no
diâmetro e com forma achatada algumas vezes sendo usados não cobrindo o
espaço do ombro ao pescoço (imagem ao lado da Rainha Elizabeth I),
deixando o colo exposto e se elevando em asas de gaze atrás da cabeça.
Nesta
década também aumentou o uso de renda nos rufos, antes apenas usada nas
bordas do linho para aumentar alguns centímetros, agora os rufos eram
até mesmo feitos todo de renda com bordas adornadas de lantejoulas e
bordados.

Como a moda da década de 1590 exigia decotes mais baixos para as mulheres, os rufos além de usados fechados, ainda eram usados na forma aberta maiores e mais decorados ainda, algumas vezes com as bordas voltadas para a frente do vestido. Mas é bom lembrar que nem todas as pessoas seguiam essa moda, alguns preferiam o rufo justo e fechado bem junto ao pescoço (imagem ao lado).
A
Rainha Elizabeth I usou e abusou dos rufos no seu reinado. Abaixo
imagens dos mais variados tipos e tamanho de rufos usado no século XVI.
Um pouco do rufo na vestimenta masculina:
A
Rainha Elizabeth faleceu em 1603, após seu reinado, lá por 1630, os
rufos foram desaparecendo gradativamente e evoluíram para uma espécie de
gola ampla e caída.
Como não havia a moda específica para crianças, elas eram vestidas com trajes iguais aos de adultos, usando os rufos, inclusive.
Com
o desaparecimento dos
rufos, começaram a surgir os modelos de gola mais próximos do que
conhecemos hoje, mas ainda eram altas e rígidas. Até 1800, seu
acabamento engomado tornava-as afiadas ao ponto de cortar as
orelhas dos homens. Isso explica porque as golas das camisas masculinas
até hoje são mais rígidas, entreteladas. Antigamente essas golas eram
para serem usadas levantadas, a própria gola da camisa pólo, modelo
criado em 1929 por René Lacoste, era para ser usada originalmente com o
colarinho levantado.
Herança do rufo: golas de camisas masculinas engomadas e rígidas no período Vitoriano (séc. XIX) e Eduardiano (século XX).
Herança do rufo: golas de camisas masculinas engomadas e rígidas no período Vitoriano (séc. XIX) e Eduardiano (século XX).
Uma curiosidade é que, com rufos maiores, era quase impossível levar os talheres à
boca, pode ser por esse motivo que os cabos foram aumentados. Isso mostra como a moda, é
responsável por mudanças de objetos e hábitos culturais através dos
tempos.
Quem ainda vê a moda ainda apenas como roupa, futilidade e algo sem
importância, passageiro, não consegue perceber o quanto ela é importante para explicar porque e o quê
somos e temos hoje. Essa é a famosa luta dos profissionais de moda: a
luta pela importância da cultura de moda aqui no Brasil.
Créditos: Toda esta informação não é da minha autoria, foi retirada da internet, bem como as fotografias, do blog http://modahistorica.blogspot.com, apenas me interesso por história da moda e compartilho com quem gosta também.
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